terça-feira, 10 de março de 2009

AS CARTAS QUE EU NÃO MANDO...



Gosto de escrever cartas. Na era digital, me distraio escrevendo-as de próprio punho, treinando a caligrafia e ao mesmo tempo desabafando. Escrevo para desabafar. E não tem lugar certo. Pode ser no caderno, numa folha avulsa, atrás do papel de propaganda, na agenda. O importante não é o lugar, e sim as palavras. Muitas vezes palavras que eu gostaria de dizer, mas a falta de coragem não deixa. Em dias saudosos, gosto de escrever imensas cartas para algumas pessoas especiais. Ontem bati meu recorde e escrevi três, de uma vez só. Fico imaginando a reação das pessoas se lessem minhas cartas. Mas elas nunca lerão. Jamais teria coragem de mostrar minhas cartas para alguém. Escrevo para ficar no anonimato. Por mais contraditório que isso possa parecer.

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